segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Acho que eu é que vou pro banco

Hilde continua distribuindo o jogo. Meio de campo nata.

Jogo bem distribuído fica alegre.

Tô pensando em escrever sobre uma coisa que vi, comum entre Epicuro e Howard Gardner, mas cadê a energia?

Resumidíssimamente, os dois acham que dá para começar a ser feliz em qualquer idade. Olha só que pensamento alegre.

Acho melhor eu ir pro banco, melhor ficar de técnico. O time não concorda? Onde já se viu jogador sem energia?

18 comentários:

Hildegard disse...

Você sabia que eu literalmente nasci para ser meio de campo? A minha mãe sempre falava que fui concebida para ficar no meio entre o meu irmão e a minha irmã (6 e 8 anos mais velhos do que eu) para evitar briga no banco traseiro do carro!
Beijo,
Holandesa Voadora

Unknown disse...

hildegard, então vc nasceu para meio de campo, mas TAMBÉM pra ficar no banco (de trás do carro)?? hahaha

Pois é, amigos do blog, se pelo menos esse banco fosse outro, a vida passava menos deprimida... Mas, mesmo no outro banco, tinha de ter o tal do chuveiro quentinho sem conta.

Andreia disse...

Aos que estão tentados a ir pro banco… tranquilos que não vou começar com aquele discurso horrível de quem diz: “pôxa, não desanimem, que há times muitíssimo piores que o nosso!” Isso não diria, mas um pouquinho de ânimo sim que estaria bem, não? Somos poucos, ou seja, que os do banco não estão como reservas, então devem estar contundidos. Sou completamente a favor do banco, mas, como diria a Helayne… “vamo combinar” que não dá para passar o jogo inteiro lá, né? Vamos! Band-Aid na ferida, e todos pro aquecimento! (as fitinhas não curam, mas deixam um remendozinho até simpático) Uma coisinha: banco não garante chuveiro quentinho sem conta para ninguém, e além do mais tem que pensar que ainda tem muito jogo, e nunca se sabe se vai ter prorrogação, então… bom, aí penso, que prorrogação no banco deve ser um tédio enorme, melhor estar em campo, que assim imagino que pelo menos a adrenalina deve ajudar a anestesiar os golpes da partida. Tem até uns felizardos que entram no último minuto e marcam gol, por que não?

Hermelino Mantovani disse...

Ótima jogada de Hilde e Rodrigo e golaço de Andreia.

Unknown disse...

E eu fico participando dessa maluquice aqui como se entendesse alguma coisa de futebol...

Ah, só pra clarear: o "outro banco" de que eu falava era o de dinheiro. Pq dinheiro tem feito falta com força.

Andreia disse...

Rodrigo, esta é a razão existencial do dinheiro: fazer falta com força. Ainda não conheci ninguém que admita que o danado tá sobrando...rs

Hildegard disse...

Hermelino,
Técnico no banco???? Ah, não...
Técnico anda pra lá e pra cá. É a pessoa que mais se preocupa! Concordo com Andreia: melhor ficar ocupado no campo sem tempo de pensar durante o jogo.

Tem que viver, não olhar para a vida.

Para mim é tão obvio o conceito que dá para começar a ser feliz em qualquer idade. Porque não? Só que tem que trabalhar nisso, nada acontece se você sentar no banco esperando a felicidade.

Unknown disse...
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Unknown disse...

(achei melhor revisar uma coisa no comentário de antes, aí vai o novo)

Hm, ótima! Taí uma daquelas que deveriam virar meme: "Qual a função do dinheiro em nosso mundo? Fazer falta com força."

A propósito, nesse plantel reunido pelo Hermelino em que todo mundo é pacífico, só quem faz falta no meio de campo é o dinheiro. Tchã! (foge e esconde atrás do banco)

Hermelino Mantovani disse...

Acho que vou de técnico mesmo. É tão legal ver o time jogando sozinho.

E aqui.

Anônimo disse...

"Dinheiro não faz falta"... Se eu fosse realmente um budista/franciscano totalmente zen e com uma consciência ultra-evoluída... Como ainda não sou, me permito sentir as dores desta falta, e exprimí-las, no melhor estílo "divã-virtual", jogando essa bola, sob os olhares auspiciosos de nosso técnico...

Hermelino Mantovani disse...

Sergio Murilo,

Esses dias fui oferecer meus serviços numa produtora de jingle, baseado no fato de um conhecido ter comprado seu apartamento com um ano de trabalho nessa área.

O dono da produtora me disse que tem problemas de alma, que se vendeu ao diabo, que não vê os filhos, que desmarca os jantares com a mulher. E que não precisa de todo o dinheiro que ganha.

Isso é corriqueiro: conheço outros músicos que ficaram doentes na função.

Eu lhe respondei que falta de grana também dá problemas de alma.

Leituras disse...
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Leituras disse...
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Leituras disse...

Parece que o Hermê tem sabido administrar com muita competência a relação perfil / posição em campo nesta seleção do inconsciente.

Apesar de seguirmos sem goleiro, já que a Gloria, mesmo muito honrada pelo convite, ainda não assinou o contrato, a tática mulheres no ataque e homens na defesa tá dando jogo, não tá não?

Vejamos: voluntariosas, nossas meninas estão sempre "botando a bola pra frente", esperançosas, confiantes. Os homens do time ou reclamam da falta de grana, ou pedem para ir pro chuveiro antes até do jogo começar, ou casmurros como eu, ficam só de olho em tudo, de bico calado, como quem se ausenta.

Bom equilíbrio, pensei. Pois há aí dois métodos. Um que se baseia na confiança e outro na desconfiança.

Fé, esperança, bons augúrios: confiança.

Preguiça, silêncio, pessimismo: desconfiança.

Como, ainda que nos estejamos divertindo com a alegoria futebol = vida, não se adentrou (graças a Deus), o campo da programação neuro-linguística, desconfiança é sempre muito bem vinda.

Desconfiança é o método por excelência da psicanálise, não é, professor? Desconfiar de si mesmo, porque desconfiar do outro quase sempre é confiar na própria paranóia.

Mas, como articular uma boa defesa sem um tanto de desalento? De olho vivo, de "sempre-alerta"? E, idem, como seguir adiante - ao ataque - sem um mínimo de... fé?

Tenho lido simultaneamente uma descrição da teoria materialista dialética de Marx e Engels escrita pela profª Marilena Chauí (marxista de ler bula; mais ortodoxa que rótulo de Maizena) e um livro chamado Reza Brava, de autoria de uma xamã do culto da Ayahuasca, disponível nas boas livrarias do ramo. Os dois métodos têm mais em comum do que sonha minha vã filosofia? Tudo leva a crer que sim. Que gozado! Eu disse "leva a crer"! Bem que eu tava desconfiado das minhas palavras. Frase de caminhão: "Não é porque a gente fala sem pensar que não acaba por dizer o que pensa". Caminhão de distribuidora de livros, bem entendido.

Voltando ao nosso subterrrâneo: nosso técnico vai conversar com o dono da produtora de jingles. Este se diz "o que se vendeu ao diabo". E que não precisa de todo o dinheiro que ganha. E o Hermê, desconfiado do tal transe retrospectivo aos valores cristãos do moço responde: "falta de grana também dá problemas de alma". Golaço! Que a alma precise de dinheiro; isso não é lindo?

Mais uma, assim meio assintático, por associação livre: não é interessante que o Hermelino se proponha o técnico do seu próprio inconsciente?

Hermelino Mantovani disse...

Uma das coisas boas do meu time é que a defesa, a exemplo dos grandes beques brasileiros (Nilton Santos, Carlos Alberto, Nelinho, Edmílson), saem pro jogo e deixam os seus golzinhos.

Leituras (leia-se Irajá Menezes) fez uma jogada de ataque completa no último comentário. Começa na defesa e acaba em gol -- "Não é porque a gente fala sem pensar que não acaba por dizer o que pensa" --e ainda, na entrevista depois do jogo, analisa o sistema de jogo e as opções do técnico.

Hildegard disse...

- Normalmente, pessoas que falam que dinheiro não é importante tem muito dinheiro.
- Um amigo meu sempre disse: Prefiro ser infeliz com dinheiro, do que infeliz sem dinheiro.
-Oficalmente, quem é o técnico do inconsciente do Hermelino é o psicanalista dele..rs

Anônimo disse...

Bom, só dá craque nesse time, mas concordo com a Hilde, que deu um autêntico "feedback" ao técnico (coisa de capitão), pois quem vinha assistindo ao jogo provavelmente não entenderia patavinas - e isso definitivamente deprime.
Mas quanto à grana, e a falta dela, ainda acho desvantajoso vender a alma ao senhor do mundo, pois não posso prescindir da presença do meu filho e da minha mulher em minha vida. Claro, velha receita da vovó e de tantos terapeutas, devemos ter um meio termo, um equilíbrio. Falta de grana dói na alma, grana demais também... Vivemos nessa utopia de reencontrar o saudoso nirvana... Desejos saciados, preocupações nulas... Que ninguém roube nossas ilusões...